DE OLHO NA NFL #18
Essa coluna tem como objetivo disseminar a discussão sobre assuntos relevantes da semana e do campeonato em si.
Nessa terceira semana de NFL, vimos grandes zebras, ataques doutrinando as defesas, quarterbacks atuando em alto nível e mais polêmica de regra. Vamos a algumas análises.
1 - O duelo: Drew Brees x Matt Ryan
Na batalha da NFC South, Saints e Falcons se enfrentaram em Atlanta, palco do Super Bowl, para um épico duelo entre Brees e Ryan, decidido na prorrogação após verdadeiro domínio dos ataques em relação às unidades defensivas.
No confronto ataque dos Saints x defesa dos Falcons, ficou evidente como fazem falta Keanu Neal e Deion Jones para a equipe de Atlanta. O Saints de Sean Payton, comandados por Drew Brees, souberam aproveitar dessas ausências. Alvin Kamara teve seu melhor jogo na carreira (190 jardas totais), em grande parte no jogo aéreo, principalmente porque o jogo corrido rendeu mais no último quarto.
Pra falar de Michael Thomas, merece ser disponibilizado um parágrafo – ou talvez um livro – a parte. O recebedor está em temporada incrível, com aproveitamento de 38 recepções em 40 targets e um total de 398 jardas. Seu uso no slot é desleal, principalmente se alinhado contra um linebacker, e Sean Payton sabe abusar dos mismatchs como ninguém.
Por outro lado, ao analisar o ataque dos Falcons x defesa dos Saints, parece que vimos a boa e velha peneira na secundária da equipe de New Orleans de anos passados. Com nítida melhora das chamadas de Sarkisian, os Falcons abusaram da escolha dos Saints de fazer marcação dupla em Julio Jones e focaram no outro lado do campo, onde o calouro Calvin Ridley dominou o duelo contra P.J. Williams, somando 146 jardas e 3 TDs.
Considerando que nenhum dos ataques sofreu com turnover, um lance de desequilíbrio foi causado pelo time de especialistas dos Saints, que conseguiram bloquear um punt, recuperando a bola e levando-a até a linha de 16 jardas do campo ofensivo, que resultou em rápido TD dos Saints.
Em um duelo de grande desempenho dos ataques, principalmente dos quarterbacks, vale questionar a regra da prorrogação, uma vez que Matt Ryan, após partida impecável, não teve a oportunidade de comandar uma campanha ofensiva. Com as defesas de nenhum dos lados conseguindo parar os ataques, a partida acabou sendo decidida no cara ou coroa.
Olhando para as próximas rodadas, Saints e Falcons provaram o que todos já sabiam: possuem poder de fogo ofensivo. Entretanto, pensando a longo prazo na temporada, o grande ponto de interrogação fica por conta das unidades defensivas, que precisam melhorar urgentemente.
2 - De olho na quarta rodada: Patriots x Dolphins
Muitas equipes na NFL usam as primeiras três semanas do campeonato como uma verdadeira extensão da pré-temporada, principalmente pela questão da diminuição de treinos desde o último CBA. Óbvio que entram com o objeto de vencer as partidas, porém são nessas semanas que observam suas principais deficiências e buscam os ajustes necessários. Da quarta semana em diante, constumamos ver equipes mais polidas.
Historicamente, os Patriots estão nesse grupo dos que começam com o freio de mão puxado, se ajustam após as primeiras semanas, e partem para o atropelo no restante do campeonato. Porém, costumam conseguir sair com algumas vitórias apesar do desempenho inicial não ser dos melhores, pois Tom Brady gera uma enorme margem pra erro. Mesmo com as coisas um pouco devagar, Brady vai lá e resolve.
Esse ano a coisa mudou. O começo ruim resultou em uma campanha 1-2, o que não acontecia desde 2012. O que isso realmente significa? Ainda não sabemos. Em 2012 chegaram à final da AFC. Ainda possuem Bill Belichick e Tom Brady. Ninguém se surpreenderia com a melhora da equipe e com eles em mais um Super Bowl.
Porém, a preocupação existe. Nesse ano parece que as deficiências da equipe são ainda maiores. No ponto de vista do ataque, o grupo de recebedores é fraquíssimo. Ficou claro que as equipes estão focando a marcação em Gronk por saber da ineficiência do WRs em conseguir separação. No jogo de corridas, Sony Michel ainda não justificou sua escolha na primeira rodada.
No aspecto defensivo, o pass rush não funciona. E a boa impressão dessa unidade na semana 1 aparenta ter resultado, na verdade, da péssima OL de Houston. Pra piorar, o grupo de linebackers é muito lento. Matt Patricia, que conhecia muito bem essa deficiência, abusou disso na partida do SNF.
E essas deficiências defensivas ficam ainda mais graves ao analisar o próximo adversário dos Patriots: o Miami Dolphins. A equipe da Flórida tem se destacado nas primeiras semanas exatamente pela velocidade do ataque, com muitas jogadas explosivas e com Ryan Tannehill jogando bem após retornar da lesão. Entre os adversários da divisão, os Dolphins têm bom histórico de dificultar a vida dos Patriots, embora em Foxborough a coisa seja diferente.
Na defesa, os Dolphins têm jogadores para repetir o que os adversários vêm fazendo com relação à Gronk, que consiste em atrapalhar sua saída da linha de scrimmage e focar marcação dupla quase o jogo todo. Destaque para o possível - e esperado - duelo contra o calouro Minkah Fitzpatrick.
Como se faltassem ingredientes para essa partida, os Dolphins começaram 3-0, ganhando de Titans, Jets e Raiders. Sim, os adversários são bem duvidosos, o que coloca uma intererrogação na campanha da equipe de Miami. Porém, se conseguirem desbancar os Patriots no Gillette Stadium, seria a confirmação do bom momento, principalmente pois abririam 3 jogos de diferença pra New England, com vantagem no confronto direto.
Vai ser a hora da verdade. Os Patriots e os Dolphins precisam mostrar o que realmente pretendem fazer no campeonato. Óbvio que ninguém garante vaga nos playoffs após 4 semanas, mas essa partida pode significar muito mais do que apenas 1 vitória.
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