O Draft 2017 está temeroso em relação aos seus Quarterbacks.

Talvez nenhum esteja próximo do ponto ideal para ser titular, porém não quer dizer que sejam incapazes de se destacar na liga.

Como sabem, faço meus rankings de acordo com as decisões que eu tomaria caso GENERAL MANAGER de alguma organização. O que verão abaixo em nada almeja prever o que acontecerá no DRAFT, e sim como projeto suas performances na NFL.

Em média 3 QBs são escolhidos no primeiro round.

 

TOP 6

1) Deshaun Watson (Clemson)

Sim, acredito em Watson! Falta muito para evoluir? Evidente. Vem de um esquema ofensivo bem simplório em termos de progressão de alvos, mas vejo nele boas características para ter sucesso.

Não temos acesso ponto crucial na avaliação de Quarterbacks. Como sabemos se eles têm a gana necessária para se dedicar à quantidade de horas que um QB de ponta precisa semanalmente? Ou a personalidade ideal para ser respeitado pelos colegas?

Dessa forma, tudo fica em cima de vídeos e observações que lemos pela internet. O fato de Watson ter brilhado em 2 finais do campeonato universitário nos dá um cheiro dessa "algo a mais" que tanto se procura em Quarterbacks.

Porém o que me chama a atenção nele é sua capacidade de escape de pressões, sem perder a noção do campo. Buscar primeiro o passe do que acelerar correndo com a bola. O que seria mais fácil para alguém com seu atleticismo. Sem ter a massa muscular de um Cam Newton (Panthers), se dependesse tanto das corridas, por certo acabaria mais tempo na enfermaria do que em campo.

Ele tem ótimo braço e boa precisão nos passes. Precisa melhorar o timming (boa parte de suas interceptações em 2016 vieram em bolas atrasadas) e leitura da cobertura defensiva. Outra característica que poderá servi-lo bem na NFL é como trabalha com eficiência nos PLAYACTIONs.

Veja o video de seus Highlights:

 

 

2) Vago

Explico-me. Como disse lá em cima na introdução, acho que um dia nos surpreenderemos com alguns jogadores desta classe, porém como GENERAL MANAGER de alguma equipe da NFL, jamais planejaria 2017 com algum dos demais Quarterbacks deste DRAFT à frente do meu ataque. Como projetos para futuro é outra história, mas em que ponto do processo os escolheria?

 

3) Pat Mahomes (Texas Tech)

Consistência. Esta é a grande preocupação em relação a Mahomes. O talento é visível em passes de alto grau de dificuldade, atleticismo e olhos sempre no fundo do campo em busca de seus alvos.

Impressiona como encontra seus recebedores depois que a jogada inicial não existe mais. Executa lances que só vemos em craques como Aaron Rodgers (Packers) e Russell Wilson (Seahawks) por exemplo.

Porém nem tudo são flores. Diferente dos Quarterbacks que mencionei acima, sua mecânica de passes não é nada convencional. Tantas vezes o vi plantar os 2 pés horizontalmente antes de soltar a bola. Não acredito em reinventar tecnicamente QBs na NFL, ou o cara chega lá com os fundamentos certos ou nunca os terá por completo.

É impossivel ter sucesso dessa forma? Não, há exemplos como Phillip Rivers (Chargers) e Matthew Stafford (Lions), jogadores que têm releases fora do padrão. Conseguiram a tal consistência, apesar de às vezes reverterem para momentos erráticos. O problema é que fazem parte de uma minoria absurda, o grosso dos QBs que chegam assim na NFL têm vida curta, como Tim Tebow e Vince Young.

Veja o video de seus Highlights:

 

 

4) Mitch Trubisky (North Carolina)

Assim como Jared Goff (Rams) no ano passado, vi em campo um QB que praticamente alinha no SHOTGUN o tempo todo, ou seja, precisará trabalhar a percepção de pressão defensiva e movimentação em DROPBACKs. O exemplo da escolha nr.1 de 2016 deveria deixar os scouts ressabiados.

Apenas 1 ano como titular é algo questionável. Até pela limitação em material para estudo.

Claro que há qualidades nele. Boa precisão nos passes (refletido nos 68% de passes completados), razoável capacidade de escapar de pressões (apesar do bom trabalho de sua linha ofensiva) e bom braço para rotas externas (apesar do playcalling basicamente o limitar em lances pelo meio do campo).

Falei da escapabilidade, mas em poucas vezes o vi completar as jogadas depois do POCKET ruir. Outra deficiência está na leitura da cobertura defensiva. Uma vez que as defesas usavam DISGUISES, a bola entrava em risco de interceptação (vale mencionar que teve apenas 6 passes que acabaram nas mãos dos adversários).

Veja o video de seus Highlights:

 

 

5) Chad Kelly (Mississippi)

2 itens importantes e de difícil avaliação para quem não tem acesso aos dados médicos ou à pessoa complicam a escolha do sobrinho de Jim Kelly (ex QB Bills - HALL OF FAME). O rompimento do ligamento do joelho durante a temporada universitária 2016 e problemas extra-campo anteriores.

Nos vídeos, qualquer um enxerga seu espírito ultra-agressivo. Existe uma ânsia pelo BIG PLAY. Talvez pelo temperamento, talvez pela confiança no braço forte, ou na desconfiança da precisão nos passes curtos e intermediários, tantas vezes incompletos por excesso de pressão na bola.

Altos e baixos, às vezes dentro de uma mesma partida, acompanham a carreira de Kelly, capaz de lançamentos longos primorosos e interceptações bisonhas.

São muitos itens a serem superados no caminho para se tornar um Quarterback titular na NFL, trilhando os passos do tio craque.

Veja o video de seus Highlights:

 

 

6) Nathan Peterman (Pitt)

Um dos raríssimos Quarterbacks hoje em dia que tem alguma experiência num sistema ofensivo parecido com a NFL.

De todos os candidatos mais comentados deste DRAFT, é o de menor atleticismo e possui limitada potência no braço.

Tecnicamente mostra boa mecânica de passe e precisão nos lances curtos / intermediários. Porém não vemos isto ser transformado em lances contundentes ou de grande impacto nas partidas. Raramente busca as rotas mais difíceis limitando o jogo aéreo de sua equipe. Será que conseguirá se "soltar" na NFL, onde as defesas adversárias são mais intimidadoras...

Veja o video de seus Highlights:

 

 

O Coringa

DeShone Kizer (Notre Dame)

É muito fácil entender porque algum time apostará suas fichas em Kizer no DRAFT 2017. De todos os jogadores disponíveis esse ano, ele é o que mais parece um Quarterback da NFL.

Possui excelente tamanho, com bom atleticismo, braço potente e mediana para boa precisão nos passes longos.

No entanto, está muito longe de ser visto como um QB apto para o estilo da liga profissional. Quase sempre quando o recebedor primário do lance está bem marcado, ou ele força a bola em sua direção, ou decide correr ao invés de buscar outra alternativa. Torna-se então presa fácil para as defesas e na medida que vai se frustrando, fica evidente o relapso com a mecânica de passes, deixando a bola mais difícil de ser recebida.

Antes da temporada NCAA 2016 começar, Kizer era um dos jogadores que mais me interessava assistir. Destaquei-o no programa preview do nosso podcast como um talentoso prospecto para a NFL. Preocupa-me no entanto quando a performance cai tanto de um ano para o seguinte. Todos os problemas de Notre Dame estavam em seus ombros? Longe disso, mas quero ver progressão técnica, não recuo.

Hoje, ele é um projeto de Quarterback que pode gerar um retorno magnífico, se bem desenvolvido, mas como tenho dito nos últimos anos, desconfio muito da capacidade das comissões técnicas da NFL em conseguir isso.

Veja o video de seus Highlights:

 

 

Evitaria Escolher

Brad Kaaya (Miami)

Há 2 temporadas atrás, Kaaya era um dos nomes mais interessantes entre os jovens Quarterbacks universitários. Possui qualidades mas suas limitações foram bastante expostas nesse intervalo.

Tem boa técnica de passes, leitura da defesa e tamanho, porém falta-lhe um braço funcional. Podemos ver a bola não chegar no destino com a pressão ou precisão correta, dificultando o andamento ofensivo.

Para piorar entre todos os candidatos deste ano, Kaaya é o que mais sofre com o PASS RUSH adversário. Incapaz de escapar e gerar lances positivos quando sua proteção o desguarnece.

Veja o video de seus Highlights:

 

 

Davis Webb (California)

Nada vi em Webb para justificar escolha alta no DRAFT 2017.

Até tem boa precisão nas rotas curtos, o que não é o suficiente para ter sucesso na NFL. Quase nunca arrisca passes em que a bola viaje mais de 10 Jardas pelo ar.

Possui uma mecânica de passes irregular e não consegue desviar os olhos de seu recebedor primário, forçando-lhe a bola independente da cobertura defensiva. Esta combinação é uma receita para muitas interceptações se chegar à NFL.

Veja o video de seus Highlights:

 

 

Alternativas

Cooper Rush (Central Michigan) – Boa visão de jogo, mas falta braço.

Joshua Dobbs (Tennessee) – Errático na precisão dos passes, porém tem calma para observar a movimentação dos recebedores e boa escapabilidade.

CJ Beathard (Iowa) – Jogador mediano que pode se transformar em um reserva confiável.

 

Merece Atenção

Jerod Evans (Virginia tech)

Escondido dentro do processo 2017 está um Quarterback de pouco renome, pouca experiência, mas interessante conjunto de características incluindo o tamanho ideal para a posição.

Evans entrou no cenário universitário na equipe da aeronautica (Air Force). Logo no ano de estréia rompeu o ligamento do joelho e acabou fora do circuito principal, ingressando em Junior Colleges. Destacou-se o suficiente para ganhar uma oportunidade em Virginia Tech, onde foi titular em 2016.

Apesar da pouca bagagem em nível de competição alto, saiu-se bem com 64% dos passes completos, 29 TDs e 8 interceptações, com outros 12 TDs corridos, o que mostra atleticismo.

Num ano de muitas incertezas na posição de Quarterback, por que não aguardar os rounds intermediários para arriscar num atleta em estágio embrionário.

Veja o video de seus Highlights:

 

 

Tiro no Escuro

Ninguém

Pela primeira vez desde que avalio jogadores para o Draft, nenhum Quarterback menos comentado despertou-me qualquer interesse!

 

Outros Candidatos

Gunner Kiel (Cincinnati), Trevor Knight (Texas A&M), Patrick Towles (Boston College), Mitch Leidner (Minnesota), Alek Torgensen (Penn), Sefo Liafau (Colorado), Brady Gustafson (Montana), Nick Mullens (Southern Mississipi), Seth Russell (Baylor), Wes Lunt (Illinois), Zach Terrell (Western Michigan) e Taysom Hill (BYU)