DE OLHO NA NFL #22

 

Essa coluna tem como objetivo disseminar a discussão sobre assuntos relevantes da semana e do campeonato em si.

 

Nessa sétima semana, após grandes jogos e muita emoção, o mercado de trocas começou a esquentar, animando ainda mais essa temporada da NFL.


Também vamos seguir nossa análise de divisão por divisão, dessa vez com a embolada NFC East.

 

 

1 – A troca: Amari Cooper para o Dallas Cowboys

 

Até o dia 30 de outubro, ainda veremos muitas movimentações das equipes, principalmente envolvendo alguns times que começaram verdadeiro “desmanche” do elenco.

 

Entre as primeiras movimentações, a que certamente mais atraiu atenções foi a troca do WR Amari Cooper, que deixou o Oakland Raiders e seguiu para o Dallas Cowboys, em troca da escolha de primeira rodada da equipe texana no Draft de 2019.

 

Do ponto de vista dos Raiders, se havia alguma dúvida a respeito de um “rebuild”, agora não há mais. Parece distante a imagem do time que em 2016 foi para os playoffs com boa campanha (12-4), teve 7 jogadores escolhidos para o Pro Bowl (entre eles Amari Cooper) e cujo quarterback esteve na conversa para MVP da temporada

 

Estão definitivamente buscando esvaziar o elenco das peças que não fazem parte do futuro da equipe na visão do Head Coach Jon Gruden. Possuem agora 3 escolhas de primeira rodada no próximo draft (já haviam conseguido uma na troca de Khalil Mack) e possuem munição suficiente para dar o pontapé inicial na direção que Gruden vê para a franquia.

 

Poucos discordam que essa troca foi boa para os Raiders, mas não dizem o mesmo para os Cowboys. Entre as críticas à decisão da equipe de Dallas, estão as questões do valor real de Amari Cooper, cuja performance caiu após a temporada de 2016, e também a questão de valer mais a pena esperar o Draft para escolher um recebedor, o que também sairia mais barato. Analisaremos essas situações.

 

Primeiro, quanto ao valor, vale destacar que o rival de Dallas, o Philadelphia Eagles, também estava na negociação e havia oferecido uma escolha de segunda rodada. É válido dar um pouco a mais para pegar o jogador que você quer e, de quebra, retirá-lo do alcance de seu rival. Talvez os Cowboys pensaram na possibilidade de enfrentar Cooper duas vezes por ano e não gostaram da ideia.

 

Por outro ângulo, analisando a possibilidade de Dallas esperar para selecionar um recebedor no próximo draft, o que traria um benefício econômico, não há nenhuma garantia de que o jogador selecionado seria melhor que Amari Cooper, que apesar da quebra de rendimento recente, já mostrou seu talento e a capacidade de ser o WR1 que Dallas tanto busca.

 

São inúmeros os casos de recebedores vindo do College com boa produção e selecionados nas primeiras rodadas do draft que pouco – ou nada – renderam na NFL, servindo de exemplo Breshad Perriman (Ravens – escolha 26 do draft de 2015), Laquon Treadwell (Vikings – escolha 23 do draft de 2016) e John Ross (Bengals – 9ª escolha geral do draft de 2017).

 

Talvez os Cowboys tenham olhado para os prospectos do próximo draft e não gostaram muito do que viram ou acharam melhor apostar em Cooper, que ao menos já mostrou ter potencial para ser um dos melhores da NFL. Só precisa recuperar a boa forma.

 

Outra questão que acredito ter influenciado a decisão de Dallas foi a situação de seu quarterback. Em seu terceiro ano, Dak Prescott está sofrendo muitas críticas, porém a ausência de bons recebedores no elenco dos Cowboys tem funcionado como verdadeira “desculpa” para os problemas apresentados por Dak.

 

Talvez Amari Cooper não solucione todos os problemas de Dak, mas pelo menos ficará no passado a questão do baixo desempenho por culpa dos recebedores e assim Dallas poderá definir, com base na melhora – ou não – de Prescott se ele é de verdade o quarterback do futuro da franquia.

 

A maior interrogação fica por conta do Head Coach Jason Garrett, que mostra pouca criatividade em seu sistema ofensivo. Saberá ele aproveitar as forças de Cooper para fazê-lo render imediatamente?

 

Como falei acima, vejo pontos positivos na decisão dos Cowboys. Se Cooper jogar em bom nível e ajudar a elevar o jogo de Dak, abrirá mais o jogo para a principal força ofensiva da equipe: o jogo corrido de Ezekiel Elliott, que atualmente fica prejudicado pelo fato de as defesas adversárias focarem apenas em pará-lo, sem medo do que Dallas tinha a oferecer em seu jogo aéreo.

 

Se houver melhor no ataque, e com uma defesa que está jogando em nível excelente esse ano, o time tem tudo para ainda brigar em sua divisão nessa temporada, que está totalmente em aberto (analisamos a seguir). Existem muitas perguntas, mas que em breve saberemos as respostas.

 

 

2 - De olho na NFC East

 

Washington Redskins (4-2): No início da temporada, certamente era o “azarão” da divisão. Porém, como já falei aqui em edição anterior da coluna, os Redskins de 2017 jogaram em grande nível, porém prejudicados por lesões em todos os níveis do elenco. Nesse ano, estão mostrando seu potencial. Após a lesão do RB calouro do draft desse ano, foram atrás do desacreditado Adrian Peterson, que está rendendo muito acima do que a maioria acreditava. Alex Smith tem pouca ajuda de seus WRs, por isso, ao seu melhor estilo, abusa de passes curtos para RBs e TEs, além dos play actions. O estilo de jogo dos Redskins é simples, embora pouco vistoso na atual conjuntura da NFL: correr bem com a bola, controlar o relógio, e contar com os turnovers criados por sua defesa, que está em grande nível.

 

Philadelphia Eagles (3-4): Quem diria que os atuais campeões e favoritos para ganhar a divisão teriam tantos problemas no início do campeonato? Com ataque inconsistente e defesa frágil na secundária, os Eagles estão decepcionando em 2018. A linha ofensiva, uma das forças da equipe ano passado, está com problemas na proteção. O jogo corrido sofre com as lesões no “comitê” de RBs. Os recebedores estão jogando mal, mostrando pouca velocidade e com problemas com drops. E, para piorar, Carson Wentz não está no mesmo nível de quase MVP de 2017, talvez ainda recuperando o ritmo por conta da lesão. A defesa, como falei, está com um péssimo desempenho da secundária. Doug Pederson vai ter trabalho, mas precisa colocar a equipe de volta nos trilhos do sucesso enquanto ainda há tempo.

 

Dallas Cowboys (3-4): Já falamos muito da equipe na primeira parte da coluna, então serei breve. A defesa é uma grata surpresa, figurando entre as melhores da liga. Se o ataque melhorar no jogo aéreo, o time tem tudo para dar trabalho ainda esse ano.

 

New York Giants (1-6): Finalmente perceberam que não dá mais para Eli Manning e já desistiram da temporada de 2018. Começou verdadeiro “desmanche” da equipe. Trocaram Eli Apple (CB) para os Saints e Damon ‘Snacks’ Harrison (DT) para os Lions. E a promessa é que venham mais por aí. O time estava com grave problema de salary cap por conta das muitas contratações dos anos anteriores quando ainda acreditavam que podiam ganhar mais um Super Bowl nos últimos suspiros de Manning e agora precisam se livrar de jogadores com salários caros para iniciar de fato o “rebuild”. Vamos ver quem eles escolherão como sucessor de Eli.

 

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