Punts – Rotas de Passe

Como os ataques aéreos vencem as coberturas defensivas?

Com rotas corridas pré-programadas, corridas pelos alvos dos passes, que podem ser Wide Receivers, Tight Ends ou Running Backs.

Essas rotas são treinadas exaustivamente, e passadas pelo coordenador ofensivo para oQuarterback por rádio, antes de cada jogada, para que este a retransmita aos recebedores, antes doSNAP.

A combinação das rotas forma uma árvore de possibilidades para cada posição, a chamadaPASSING TREE.

Certos times gostam de simplificar, passando apenas 1 rota por jogada para cada recebedor. Outros mais sofisticados, passam 2 opções por SNAP, deixando o atleta decidir qual a melhor para aquele momento, baseado na sua leitura da cobertura defensiva.

Vamos às árvores, com as rotas numeradas. Lembro que cada time pode ajustar a numeração e nomenclatura de acordo com sua preferência, mas a base esquemática não varia muito.

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Wide Receivers

As rotas para WRs consideram 2 pontos de partida, o Flanco (próximo à lateral do campo) e o Slot(entre a lateral e a linha ofensiva).

Elas podem ser usadas a partir desse 2 pontos, diferenciando apenas os ângulos usados.

Observem também a distância desde a linha de Scrimmage, onde acontecem as “quebras”, ou seja a hora em que há uma mudança de direção na rota.

Algumas delas acontecem logo no início, mas a maioria se dá entre 10 – 12 jardas da linha do SNAP(cada time define essa distância também).

Rota 0 – Hitch ou Curl ou Dig – Usada principalmente em passes tipo SCREEN, ou em situações de 3º Down faltando poucas jardas para conseguir novo avanço. O passe pode ser combinado entre 0 – 5 Jardas.

Rota 1 – Quick Out – Passe rápido no FLAT, usado para explorar Cornerbacks que aguardam rotas longas, posicionando-se a até 10 jardas da linha de Scrimmage.

Rota 2 – Slant – Uma das mais utilizadas, usando rapidamente o espaço pelo meio (intermediário).

Rota 3 – Out – O mesmo princípio da Rota 2, correr perpendicularmente, e virar-se em direção à lateral num ângulo de 90º. Nesse caso, a uma distância que explore as costas do marcador doFLAT em cobertura por zona Cover-2.

Rota 4 – Hook – Neste caso o WR vai até uma certa distância, e retorna para dentro num ângulo de 45º.

Rota 5 – Comeback – Semelhante ao Hook, porém a virada é para fora, tirando a bola do alcance do defensor.

Rota 6 – In – Novamente um ângulo de 90º, desta vez para dentro, buscando o espaço entre osLinebackers e os Safeties.

Rota 7 – Flag ou Corner – Quebra num ângulo de 45º em progressão, para fora, buscando como referência a quina inferior da ENDZONE.

Rota 8 – Post – Quebra num ângulo de 45º em progressão, para dentro, buscando como referência a o poste em Y.

Rota 9 – Seam ou Go ou Fly – O objetivo é desafiar a velocidade do defensor, e obter um grande ganho de jardas.

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Tight Ends

As rotas para Tight End são ajustes das programadas para os Wide Receivers, considerando o local de onde o jogador parte, ao lado da linha ofensiva.

Apesar de movimentações parecidas, muitas vezes os objetivos das rotas são diferentes.

Quando o TE alinha fora de sua posição habitual, como por exemplo um WR no Slot, ele assume a árvore de Wide Receivers.

Rota 0 – Hitch ou Curl ou Dig – Usada para pequenos ganhos com alta probabilidade de sucesso. O passe pode ser combinado entre 0 – 5 Jardas.

Rota 1 – Quick Out – Passe rápido no FLAT, usado para explorar o espaço deixado peloCornerback que marcava o WR em cobertura homem-a-homem.

Rota 2 – Across – O TE cruza à frente da linha ofensiva, desafiando o Linebacker a acompanhá-lo.

Rota 3 – Out – ângulo de 90º para fora, distanciando do Safety que o aguardava pelo meio.

Rota 4 – Hook ou Center – Neste caso o TE vai até uma certa distância, e retorna para dentro num ângulo de 45º. Usado contra defesas NICKLE que tenham substituído o Linebacker central.

Rota 5 – Comeback – Usado com os mesmos objetivos da Rota 3.

Rota 6 – In – Novamente um ângulo de 90º, desta vez para dentro, funcionando melhor contra a cobertura individual do Linebacker ou do Safety.

Rota 7 – Flag ou Corner – Quebra num ângulo de 45º em progressão, para fora, buscando como referência a quina inferior da ENDZONE.

Rota 8 – Post – Quebra num ângulo de 45º em progressão, para dentro, buscando como referência a o poste em Y.

Rota 9 – Seam ou Go ou Fly – O objetivo é desafiar a velocidade do defensor, e obter um grande ganho de jardas.

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Running Backs

Quando falamos de Árvore para Running Backs, temos que levar em consideração também osFullbacks.

Por posicionarem-se atrás da linha de Scrimmage, vários aspectos das rotas são diferentes.

Rota 1 – Shoot – Passe rápido no FLAT ou próximo à “trincheira”, com o RB partindo diretamente ao ponto combinado.

Rota 2 – Out – Outro passe no FLAT.

Rota 3 – Corner – Rota angulada para fora, buscando o espaço cedido pela cobertura zona, entre o marcador do FLAT, e o do fundo do campo. Funciona bem contra o Cover-3.

Rota 4 – V ou Cut – Uma corrida em Zig Zag, voltando para o centro do campo.

Rota 5 – Hook ou Center – Assim como o Hook dos Tight Ends, serve para vencer coberturas por zona em que o Linebacker central ou está fora de campo, ou se aproximou da linha deScrimmage.

Rota 6 – Across – O mesmo princípio da rota corrida pelos Tight Ends.

Rota 7 – Sneak – O RB passa por dentro da linha ofensiva, como se fosse bloquear algumlinebacker, mas sua intenção é receber a bola.

Rota 8 – Wheel – o RB faz uma volta até próximo a linha lateral do campo, e parte em direção perpendicular. O passe pode ser combinado para qualquer distância, desde um Screen, até a 10 – 15 jardas do ponto inicial.

Rota 9 – Seam ou Go ou Fly – O objetivo é desafiar a velocidade do defensor, e obter um grande ganho de jardas. Raramente usada para RBs. 

Uma das funções do Running Back no jogo aéreo é ajudar na proteção ao Quarterback, e em certas ocasiões suas rotas vão levar isso em consideração.

No caso abaixo, primeiro ele checa se algum defensor virá numa BLITZ por seu lado. Não vindo ninguém, ele segue numa rota Wheel.

Double Moves

Uma forma de confundir os marcadores é o uso dos chamados DOUBLE MOVES, quando o WRsimula o uso de uma determinada rota, “quebrando” no ponto certo, mas depois usa uma nova “quebra”, e parte para a rota real combinada.

A figura ao lado mostra um desses DOUBLE MOVES, conhecido como STOP’N’GO.

O alvo do passe começa por uma rota IN, dá uma paradinha como se fosse receber a bola naquele ponto, e segue em direção ao fundo do campo.

Na nossa série PLAYBOOK 2010, vimos um exemplo dessa movimentação num TD conseguido por Antonio Gates (TE – Chargers), contra o Arizona Cardinals.

Essa outra figura traz um exemplo diferente. O WR “quebra” para dentro indicando uma rota POST, e em certo momento abandona a rota num ângulo quase que de 90°, e parte para o lado contrário (FLAG).

Alguns coordenadores ofensivos aplicam mais os DOUBLE MOVES do que outros, porque eles são mais complexos, e proporcionam um certo risco.

Por envolver uma maior movimentação, as rotas demoram mais para se desenvolverem, exigindo que o POCKET para a proteção ao Quarterback seja sólido, ou que o QB se movimente como por exemplo num BOOTLEG.

Mike Martz, coordenador ofensivo dos Bears, gosta de aplicar essas rotas em seu PLAYBOOK, tendo muito sucesso, como em sua época à frente do ST Louis Rams, quando tinha Kurt Warner (QB) em campo, ou questionavelmente, como no começo do ano passado, quando quase matou Jay Cutler (QB – Bears) com tantos sacks sofridos. 

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