O consenso entre os analistas é que somente depois de pelo menos 3 anos dá para ter um diagnóstico mais apurado de quem aproveitou melhor suas escolhas no Draft.

Jogadores podem começar bem e se contundir, ou cair de produção uma vez que os adversários passem a conhecê-lo melhor. Outros podem demorar mais um pouco para se desenvolverem fisicamente, ou se adaptar ao estilo de jogo da NFL.

Abaixo coloquei alguns times que aparentemente fizeram boas escolhas, inserindo em campo seus atletas, e quem pouco tirou de sua classe. Não significa que o destino deles está traçado, mas pode ser um indício.

Quais jogadores que contribuíram em suas equipes? Quem precisa abrir o olho?

 

Bem Encaminhados

 

Dallas Cowboys

Se esta classe dos Cowboys já será lembrada para sempre, imagine o que falaremos se Jaylon Smith (LB – 2º round) virar o jogador que todo mundo projetava antes da terrível contusão?

Dak Prescott (QB – 4º round) e Ezekiel Elliott (RB – 1º round) deram vida nova ao time de Dallas, impulsionando-os até a melhor campanha da NFC na temporada 2016. Elliott ainda levou o prêmio de melhor calouro ofensivo do ano, em boa parte por suas 1631 jardas corridas (líder da NFL).

Na defesa eles ainda tiveram a ótima contribuição de Anthony Brown (CB – 6º round), enquanto Maliek Collins (DT – 3º round) mostrou que pode ser peça relevante na rotação da linha defensiva.

 

Atlanta Falcons

Se os calouros de Dallas levaram toda a fama na temporada regular, foram os dos Falcons que ajudaram seu time a chegar até o SUPER BOWL LI.

Keanu Neal (S – 1º round), Deion Jones (LB – 2º round) e DeVondre Campbell (LB – 4º round) deram novo dinamismo à defesa de Atlanta, que tanto carecia de atleticismo em seu meio. Soma-se a eles o calouro não draftado Brian Poole (CB) que recebeu SNAPs depois da contusão do titular Desmond Truffant (CB).

Austin Hooper (TE – 3º round) foi um dos tantos alvos acionados pelo MVP Matt Ryan (QB), recebendo 3 TDs na temporada regular e 1 no SB. Pela sua versatilidade, pode aparecer com ainda maior destaque a partir do ano que vem.

 

Pittsburgh Steelers

Por um intervalo longo de tempo, os Steelers tiveram problemas para repor a base de talento na defesa depois da aposentadoria de inúmeros de seus craques. A turma 2016 vai ajudar bastante nesse processo.

3 jogadores foram colocados logo em campo e mostraram potencial. Na linha secundária, Artie Burns (CB – 1º round) e Sean Davis (CB/S – 2º round) não sentiram o peso da estréia e atuaram por mais de 70 %dos SNAPs. Javon Hargrave (DT – 3º round) foi aos poucos conquistando seu espaço e terminou com 2 sacks.

Vale mencionar que calouros são importantes para compor as unidades de cobertura em special teams. Tyler Matakevich (LB – 7º round) foi tenaz nesse aspecto.

 

San Diego Chargers

Merecidamente, o prêmio de calouro defensivo do ano foi para Joey Bosa (DE – 1º round), que terminou com 10.5 sacks, mesmo perdendo as 4 partidas iniciais.

Não foi só ele que contribuiu. Na defesa, Jatavis Brown (LB – 5º round) mostrou-se bem mais talentoso do que a posição do draft em que foi selecionado. No ataque, Hunter henry (TE – 2º round) parece ser o substituto ideal para quando Antonio Gates (TE) se aposentar e Derek Watt (6º round) consolidou-se na função (desvalorizada) de Fullback.

Ainda encontraram seu Punter: Drew Kaser (6º round), 10º da liga em NET AVERAGE (46.3).

 

New Orleans Saints

Se não fosse o fenômeno em Dallas, Michael Thomas (WR – 2º round) seria o candidato natural ao prêmio que acabou na prateleira de Elliott. Ultrapassou as 1000 jardas recebidas e ainda anotou 9 TDs.

Apesar de perder metade da temporada lesionado, Sheldon Rankins (DT – 1º round) mostrou a habilidade de pressionar os Quarterbacks pelo interior da linha defensiva que o fez subir de conceito no período pré-draft (4 sacks).

Vonn Bell (S – 2º round) teve erros normais para novatos, mas foi titular em 13 partidas, acumulando boa experiência para o futuro.

 

Tennessee Titans

Escolhi os Titans para representar uma classe que teve boas contribuições iniciais de jogadores de linha ofensiva selecionados no 1º round (os outros foram Ravens, Dolphins e Lions). Jack Conklin acabou escolhido para o ALL PRO.

Vimos menos Derrick Henry (RB – 2º round) em campo do que imaginei, mas teve bons lampejos. Ainda têm tempo para aproveitar melhor os outros 2 jogadores também escolhidos no 2º round: Kevin Dodd (DE) e Austin Johnson (DT).

Descobriram um bom Safety no 3º round em Kevin Byard. No ataque, Tajae Sharpe (WR – 5º round) foi uma sensação na pré-temporada. Não rendeu o equivalente no campeonato, mas existe esperança.

 

 

Preocupados

 

Los Angeles Rams

O temor é grande em relação ao futuro da escolha nr.1 do Draft 2016. Jared Goff (QB) ao enfim entrar em campo, confirmou a percepção que estava longe do ponto ideal.

Quer dizer que não se tornará o Quarterback que os Rams precisam para dar o pulo de competitividade? Não. Como disse lá em cima, é muito cedo para transformar qualquer opinião em verdade absoluta.

Até porque ficaram limitados em escolhas após a troca que gerou Goff, Los Angeles viu pouca contribuição de sua classe de calouros. Só voltaram a ter PICKs no round 4, quando asseguraram Tyler Higbee (TE) e Pharoh Cooper (WR). Ambos terminaram o campeonato com maior oportunidades de SNAPs, mas sem grande brilho.

 

Tampa bay Buccaneers

Uma das escolhas mais controversas do DRAFT 2016 foi Roberto Aguayo, Kicker pelo qual Tampa subiu ao 2º round para selecionar. Um dos mais confiáveis chutadores da história recente da NCAA teve muita dificuldade na transição para a NFL, acertando apenas 71% das tentativas de FIELD GOAL, sendo 43 jardas o de maior distância concretizado.

Vernon Hargreaves (CB - 1o round) esteve em campo em 97.7% dos SNAPs, mas foi outro a viver uma transição complicada. Em várias ocasiões sua zona de cobertura foi explorada pelos Quarterbacks adversários.

Pouco se viu de outros atletas considerados promissores como Ryan Smith (CB - 4º round) e Caleb Benenoch (OT - 5º round). Espera-se que mostrem maior desenvolvimento com mais uma OFFSEASON de treinamentos.

Porém nem tudo foi frustração. Noah Spence (DE - 2º round) terminou como peça importante na rotação da linha defensiva, com 5.5 sacks e 3 fumbles forçados.

 

New York Jets

Se em Los Angeles Goff mostrou-se despreparado para a responsabilidade, em New York, Christian Hackenberg (QB - 2º round) nem cheirou o gramado de tão incapaz demonstrou-se nos treinamentos. Caso os Jets invistam em outro Quarterback cedo no DRAFT 2017, tal escolha pode ter sido literalmente jogada no lixo.

Tomara que os demais jogadores draftados consigam dar o salto de qualidade para apagar a má reputação que esta escolha de Hackenberg se anuncia.

Vimos bons flashes em Jordan Jenkins (OLB - 3º round), Darron Lee (ILB - 1º round), Brandon Shell (OT - 5º round) e Charone Peake (WR - 7º round). Diga-se de passagem do último round também tiraram o Punter que chutou (tantas) bolas em 2016 (Lac Edwards).

 

Buffalo Bills

Contusões limitaram a participação das escolhas nos 2 primeiros rounds: Shaq Lawson (DE) e Reggie Ragland (LB).

Pouco vimos também dos jogadores ofensivos Cardale Jones (QB - 4º round), Jonathan Williams (RB - 5º round) e Kolby Listenbee (WR - 6º round). Claro que se Cardale nunca se tornar o Quarterback titular, a perda (em DRAFT) não é tão significante como a do rival Jets.

A maior contribuição veio de Adolphus Washington (DT - 3º round), titular em 11 partidas (2 sacks).

 

Minnesota Vikings

Diferente do ano anterior, Minnesota tirou muito pouco de sua classe de calouros 2016. Por exemplo, Laquon Treadwell (WR - 1º round) teve apenas 3 TARGETs no campeonato.

A participação de Mackensie Alexander (CB - 2º round), Willie Beavers (G - 4º round) e Kentrell Brothers (LB - 5º round) também foram irrisórias.

Quando selecionaram o alemão Moritz Boehringer (WR) no 6º round, todo mundo sabia que era mais uma ação de mídia do que qualquer outra coisa. Ele passou todo o campeonato fora do elenco principal.

 

Arizona Cardinals

Dizem que o raio não cai 2 vezes no mesmo lugar.

Quando Arizona selecionou o complicado Robert Nkemdiche (DT - 1º round), esperavam uma história de transformação pessoal tão bela quanto a de Tyrann Mathieu (CB/S). Porém o calouro ainda não mostrou o mesmo comprometimento profissional, e ficou de fora de quase todos os jogos (7.6% dos SNAPs defensivos).

Brandon Williams (CB - 3º round) iniciou o campeonato como titular do lado oposto ao craque Patrick Peterson (CB), e como esperado, desmoronou sobre a avalanche de bolas lançadas em sua direção.

Ninguém mais mostrou qualquer coisa relevante.