Avaliação da Temporada 2016

    Abordaremos o assunto no póximo episódio do PODCAST 10 Jardas no Ar, mas acho válido aprofundar o tema.

Acho que tivemos um campeonato de razoável nível técnico apenas razoável. Talvez o alto número de penalidades tenha influenciado no andamento das partidas.

Vi algumas linhas ofensivas evoluírem, o que é bom para o esporte, culminando nos 4 participantes das finais de conferência, todos com unidades competentes.

Claro que os Quarterbacks novamente marcaram presença com números fantásticos. Vamos então a alguns aspectos da temporada 2016 que chamaram-me a atenção.  

 

Elogios

1) Tom Brady (QB) & Patriots New England saiu-se melhor do que a encomenda durante as 4 partidas sem seu suspenso craque. Ao retornar, Brady teve atuações espetaculares.

2) Matt Ryan (QB) & Falcons – A premiação de MVP da temporada não poderia ter caído em outras mãos. O ataque dos Falcons foi historicamente bom.

3) Linhas Ofensivas – Unidade tão criticada nos últimos anos ao redor da liga. Tivemos progresso. Times estão investindo mais como Cowboys e Raiders. Fica muito claro o quanto a continuidade nos grupos traz benefícios. Além dos 2 participantes do SUPER BOWL, boa parte dos times que avançaram nos PLAYOFFs tinham nessa unidade uma das forças do elenco.

4) Running backs Fantásticos – O número de tentativas de corrida diminuiu em torno da liga. Mas vimos 12 Running backs ultrapassarem a barreira das 1000 jardas corridas, contra 7 em 2015. A média de jardas por tentativa subiu de 4.2 para 4.3 (parece pouco mas não é). Vimos atuações de gala de nomes como LeVeon Bell (Steelers), Ezekiel Elliott (Cowboys), Jay Ajayi (Dolphins), LeSean McCoy (Bills), David Johnson (Cardinals) e outros.

5) Sangue novo – Tivemos uma classe de calouros que jogou melhor do que o previsto. Destaque absoluto para a dupla dos Cowboys Dak Prescott (QB) e Ezekiel Elliott (RB). Poucas coisas animam mais uma torcida do que assistir seus novatos brilharem.

6) Tiro na mosca – Quase sempre o time que mais gasta $$$ na OFFSEASON frustra-se quando o campeonato começa. Não foi o caso dos Giants, que investiram pesado para fazer sua defesa renascer, e viram brilhar os reforços Janoris jenkins, Olivier Vernon (DE) e Damos Harrison (DT).

7) Ressurgimento – fantástico ver os Raiders de novo relevantes. Com jovens super stars no elenco como Derek Carr (QB) e Khalil Mack (DE), eles poderão ser competitivos por inúmeros anos.  

 

Decepções

1) AFC SOUTH – Os Titans melhoraram e podem ser competitivos de verdade no ano que vem. Os demais se manterão estagnados. Houston vence a divisão pelo 2º ano, mas parecia o mesmo time inepto no ataque. Indianapolis segue com os exatos mesmos problemas de 2015 e os Jaguars, que gerou tanta expectativa antes do campeonato...

2) Special teams – Inúmeros times sofreram com inconsistência nas suas unidades de especialistas. Coberturas falhas. Kickers erráticos.

3) Arizona Cardinals – Por falar em time special teams ruim... Os Cardinals perderam jogos de forma infantil. Mesmo sem ter o mesmo poderio ofensivo de 2015, terminaram no TOP 10 de ataque e TOP 5 de defesa. Mas fora dos PLAYOFFs...

4) Arbitragem – De novo ruim. Nada é mais frustrante do que as inconsistências de marcação de faltas. Às vezes dentro da mesma partida...

5) Cadê eles? – Ambos os participantes do SUPER BOWL anterior ficaram de fora dos PLAYOFFs. Denver sofreu com a falta de poder ofensivo. Já Carolina desmorronou na cobertura defensiva e proteção a Cam Newton (QB).

6) Falta de super times – A decadência destes 2 times (+ inconsistência dos Cardinals) ajudaram com um fenômeno nesse campeonato. Pouquíssimos times bons de verdade. Se por um lado o equilíbrio é interessante, o nível técnico ficou de certa forma comprometido.

7) Abandono de Lar OFFSEASON passada foram os rams a migrar de St Louis para Los Angeles. Desta vez, para tristeza de todos, os Chargers anunciaram que irão para esse mesmo mercado, abandonando a linda San Diego. É sempre chato ver as torcidas locais tomaram tal baque.    

 

Playoffs

Tivemos uma maior rotatividade de times classificados aos PLAYOFFs. 2 na conferência AFC e 4 na NFC.

Os donos das casas fizeram valer a vantagem, todos na Semana WILDCARD avançaram e no SUPER BOWL tivemos o confronto do time nr.1 da AFC enfrentando o nr.2 da NFC.

Um fator em comum aos times que avançaram nos PLAYOFFs: Qualidade das Linhas ofensivas, como disse acima. Estes PLAYOFFs, salvo a grande final, foram marcados por placares elásticos. Em apenas 3 das 11 partidas o vencedor marcou menos que 10 pontos do que o adversário.

A final da AFC foi novamente entre 2 Quarterbacks experientes, donos de títulos Tom Brady (Patriots) e Ben Roethisberger (Steelers). Do outro lado, outro súper embate entre o MVP Matt Ryan (Falcons) e o mágico Aaron Rodgers (Packers).

Pela 1ª vez na história, o SUPER BOWL foi decidido no OVERTIME, com a improvável virada dos Patriots.    

 

Tendências

Era previsível novo aumento no uso de passes curtos como forma de eliminar o PASS RUSH adversário. O elemento novo foi o extensivo uso de Running backs em rotas e recebendo passes. Fator decisivo inclusive no SUPER BOWL.

Tinha a curiosidade de checar se as comissões técnicas explorariam a tendência de defesas mais leves, apropriadas para combater as formações SPREAD, com maior uso de Fullbacks ou Tight ends flexíveis no jogo de corridas. Não foi exatamente o que aconteceu, porém, dos 5 times que mais usaram seus Fullbacks em SNAPs, 4 deles terminaram no TOP 10 de média de jardas corridas por partida.

Na defesa, a cobertura Homem-a-Homem foi mais efetiva que a por zona. Talvez pelos times terem mais confiança em chamar BLITZES assim. Poucos times conseguiram ser eficientes no PASS RUSH somente com 4 jogadores em pressão. Em especial, contra esses times que abusam dos passes curtos.

Muitos times tiveram problemas em suas unidades de SPECIAL TEAMs. Ou o investimento nessa área decaiu, ou a forma de construção dos elencos está comprometendo esta importante fase do jogo.    

 

O que esperar em 2017

Como desenvolver corretamente os jovens Quarterbacks é o grande desafio na NFL.

Fica claro que ter uma linha ofensiva competente à frente dele é um passo positivo. Só que deixa-la eficiente é um desafio quase tão grande.

Os times continuarão a quebrar a cabeça em como construir suas defesas gerando o máximo de PASS RUSH sem perder homens na cobertura defensiva. Sigo na minha opinião que investir no meio da defesa desde o FRONT-7 à linha secundária é prioridade ao contrário da filosofia mais aceita de que deve-se investir de fora para dentro.      

 

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