Avaliação da Temporada 2020

 

Abordaremos o assunto no póximo episódio do PODCAST 10 Jardas no Ar, mas vale iniciar o tema.

Acho que tivemos um campeonato de razoável para bom nível técnico, apesar de tantas equipes inconsitentes. Mais uma vez um fator em comum para quem avançou na competição foi a competência na frente, nas linhas ofensiva e defensiva.

 

 

Elogios

 

1) Bruce Arians (HC) e seus Buccaneers – Nas circunstâncias de 2020, ajeitar o time não era misssão para qualquer um. Todd Bowles (coordenador) merece iguais elogios, por elevar o padrão defensivo.

2) Josh Allen (QB) – O salto de qualidade foi expressivo. Por ser um jogador tão desacreditado pela mídia/público na época do Draft, o feito ganha ainda mais relevância.

3) Ataque Packers – Bateram os Chiefs em pontuação total. Não foi por acaso que Aaron Rodgers (QB) levou o prêmio de MVP.

4) Goela abaixo – Um total de 14 jogadores (entre Running backs e Quarterbacks) tiveram média de jardas por tentativa de corridas 5.0 ou mais. Como comparação, foram 9 deles em 2019 e apenas 3 em 2017. Quem não reparar nisso ficará para trás.

5) Sangue novo – Era um ano complicado (por menos treinos) para os calouros se destacarem. Ainda assim, tivemos contribuições relevantes por (quase) toda a liga.

6) Experiência conta – Quando olhamos os times que chegaram aos PLAYOFFs, impossível não notar os nomes de tarimbados Quarterbacks que levaram seus times à disputa. De Rodgers a Alex Smith (WFT); BIG BEN a Phillip Rivers (Colts); Brady a Russell Wilson (Seahawks). Não dá para desprezar o entendimento do que rola em campo. 

7) Quebra de tabu – Depois de inúmeras tentativas, os Browns parecem ter acertado na escolha do HC Kevin Stefanski. Em seu primeiro ano, quebrou o jejum de 18 anos sem PLAYOFFs de Cleveland.

 

 

Decepções

 

1) Philadelphia Eagles - Incrível a derrocada desse time há pouco campeão. Pelas movimentações desse início de OFFSEASON, temos a noção de que as coisas por lá estavam ainda piores que o imaginado.

2) AFC WEST – Talvez tão preocupados em não passar vexame contra os Chiefs, não expandiram o campo de visão para o resto da AFC.

3) Houston Texans – Outro exemplo de disfuncionalidade, mas até que esperado. Não aproveitaram o que aparentemente era o auge da passagem de DeShaun Watson (QB) na equipe.

4) Sem muito o que fazer – Sabíamos que teriam aberrações esse ano. Lesões sempre afetam certas equipes mais do que outras. Em 2020 tivemos que adicionar o elemento COVID. Alguns saíram chamuscados, como os 49ers.

5) Repetição de histórias nos PLAYOFFs – Das eliminações precoces de Saints, Seahawks e Ravens à nova batida na trave dos Packers, alguns times andam com dificuldade de transpor seu estilo da temporada regular para os PLAYOFFs, repetindo velhas toadas.

6) (Não) Desenvolvimento dos Quarterbacks - O maior problema da NFL hoje. Com a crise dos Eagles e Wentz, bem como a desistência dos Rams com Jared Goff (QB - agora Lions), podemos dizer que não houve sequer 1 único caso de sucesso de escolhas do round inicial do DRAFT, entre 2013 e 2016. Vamos ver se alguns dos nomes mais recentes, que rumam para o mesmo caminho, ainda podem ser recuperados.

7) New England Patriots – Muito estranho ver um campeonato em que os Patriots não tinham papel protagonista.

 

 

Playoffs

 

Tivemos a costumeira rotatividade de times classificados aos PLAYOFFs, misturado com o aumento de 1 vaga por conferência. 3 novos na AFC e 4 na NFC.

Os donos das casas nem sempre fizeram valer a vantagem (6 V / 6 D) e no SUPER BOWL tivemos o confronto do time nr.1 da AFC enfrentando um que veio do WILDCARD da NFC.

Ataque pontuador foi fator em comum na maioria dos times que avançaram nos PLAYOFFs. Mesmo arriscando TURNOVERs, ser agressivo no plano de jogo faz toda a diferença na atual NFL.

Com apenas 1 vaga BYE por conferência, o nr.1 era favorito, porém os adversários nas finais geravam preocupação. Se Buffalo acabou oferecendo pouca resistência aos Chiefs, os Buccaneers foram a Green bay e desbancaram os donos da casa.

No SUPER BOWL, vimos o quanto adaptar a estratégia para as características do adversário é vital! Liderados pelo imortal Tom Brady (QB) e uma defesa inspirada, o Tampa bay Buccaneers deu o troco no Kansas city Chiefs, que tinham vencido o confronto da temporada regular, sagrando-se o 1º campeão a vencer jogando em seu próprio estádio.

 

 

Tendências

 

Vou soar repetitivo, pois deixei aqui a mesma abertura do ano passado: "Seguindo o padrão recente, muitos pontos e TOUCHDOWNs. Cada vez mais os times têm optado por seguir em DRIVES perseguindo TDs do que chutar a bola em 4º Downs (FG ou Punt)".

O interessante é que a maior eficiência no jogo de corridas está promovendo um retorno do PLAYACTION. As corridas chamadas INSIDE ZONE seguem protagonistas, mas alguns times souberam se consolidar também no POWER.

Mobilidade dos Quarterbacks continuam cada vez mais valiosa. Não só para escapar do PASS RUSH, mas para colocar outra preocupação na mente dos coordenadores defensivos.

Fora das linhas do campo, tenho observado maior entrega de responsabilidade dos HEAD COACHEs aos coordenadores. Até pouco tempo, a seta apontava mais para os perfis que concentravam todas decisões (ao menos do lado do time de sua expertise).

Outra "novidade", são os jogadores se posicionando mais abertamente em relação aos métodos de seus treinadores. Muito provavelmente, uma característica da geracão. Poucos HCs conseguem a maleabilidade para lidar com a situação. Então, se o respaldo não vier em vitórias rápidas, o caldo desanda.

 

 

 

O que esperar em 2021

 

Os times da NFL gostam de tentar copiar o modelo do campeão. Como poderiam tentar duplicar a estrada percorrida por Tampa (não dá para clonar Brady ainda)? Certos padrões defensivos? A importância de uma dupla de Linebackers de alto nível ficou evidenciada.

Acredito que as equipes gostariam de rechear o núcleo de Running backs com 2 ou 3 jogadores confiáveis e versáteis.

A busca por PASS RUSHERs seguirá frenética!

Vários calouros de linha ofensiva entraram logo como titulares e saíram-se bem. De repente o medo dos jogadores dessa posição vindos das universidades diminuiu.

Em estilo ofensivo, destacaram-se times que movimentaram seu principal Wide receiver por diversos alinhamentos (interno e externo), criando MATCHUPs favoráveis ou forçando as defesas a saírem de seu "modo conforto".

 

 

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