DE OLHO NA NFL #6

 

Essa coluna tem como objetivo disseminar a discussão sobre assuntos relevantes da semana e do campeonato em si.

 

Semana passada falei dos bons times que ficaram de fora da pós-temporada e destaquei as equipes que via com potencial para surpreender nos playoffs. Acertei um e errei outro. Os Falcons mostraram incrível preparação defensiva e, com performance sensacional de Deon Jones, pararam o explosivo ataque dos Rams. Os Chiefs fizeram um primeiro tempo quase impecável, mas sofreram mais um “apagão” na segunda etapa e tomaram a virada (pelo menos alguém a gente tinha que zicar, né?).

 

Dessa vez, escrevendo um pouco mais, vou destacar o que vejo como os pontos-chaves das próximas partidas dos playoffs e vou analisar o possível futuro do QB Alex Smith nos Chiefs (ou em outro lugar).

 

 

1 – Quais os aspectos principais das partidas de playoffs da próxima semana?

 

Atlanta Falcons x Philadelphia Eagles: Vou seguir aqui com o que provavelmente todos já imaginavam, que é o desempenho ofensivo do ataque dos Eagles, agora comandado por Nick Foles.

Na partida passada a defesa dos Falcons brilhou e segurou o poderoso ataque dos Rams. O que esperar desse duelo agora que Nick Foles será o adversário? Se o desempenho do ataque dos Eagles for o mesmo apresentado contra os Cowboys, dificilmente vencerão essa partida.

O jogo de corridas precisará funcionar para que a responsabilidade nas mãos de Foles diminua e para não deixar Atlanta ter domínio no tempo de posse de bola como na partida em Los Angeles.

 

Tennessee Titans x New England Patriots: A principal dúvida certamente é em relação a qual ataque dos Titans entrará em campo.

Na partida contra os Chiefs a equipe mudou completamente no segundo tempo quando se viram muito atrás do placar e começaram a utilizar um esquema ofensivo mais “solto”, com muito “no huddle” e Mariota livre pra sair do pocket e fazer jogadas. Será que Mike Mularkey manterá contra os Patriots a fórmula do segundo tempo ou irá retornar para seu esquema padrão que pouco rendeu?

Vale destacar, ainda, que os Titans não conseguiram parar Travis Kelce no primeiro tempo da partida dos Chiefs, que saiu com concussão no final do segundo quarto. Dessa vez irão enfrentar Rob Gronkowski e precisam descobrir como parar essa fera.

 

Jacksonville Jaguars x Pittsburgh Steelers: Sei que é meio óbvio falar isso (ainda mais num jogo de pós-temporada), mas vejo como ponto crucial para essa partida os turnovers.

Para ambos os lados é importante proteger a bola. No duelo entre as equipes no início do campeonato, Big Ben teve o número histórico de 5 interceptações (2 retornadas para TD), enquanto Blake Bortles teve apenas uma. A fase de Big Ben melhorou e acho muito difícil que ele repita aquela péssima atuação.

Por outro lado, Blake Bortles vem de uma partida contra os Bills em que foi muito mal passando a bola e precisou resolver com as próprias pernas para o time avançar em campo. Para evitar os turnovers de Bortles e também para administrar a vantagem conquistada pela defesa, na primeira partida contra os Steelers a equipe dos Jaguars correu 37 vezes (231 jardas, número inflacionado por uma corrida de 90 jardas nos lances finais da partida quando o jogo já estava decidido) e apenas passou a bola 14 vezes (8 passes completos para 95 jardas). Os Jaguars devem tentar essa mesma receita ofensiva de insistir no jogo corrido e confiar na sua defesa para ajudá-los a vencer.

Pelo outro lado, estou ansioso para ver qual resposta Big Ben e companhia terão para essa defesa que lhes causou tantos problemas. Se Antonio Brown estiver 100%, será um duelo fantástico de wide receivers x cornersbacks.

 

Minnesota Vikings x New Orleans Saints: A chave para essa partida será pass rush. Os Vikings e sua poderosa defesa precisarão pressionar Drew Brees para tirá-lo de sua zona de conforto.

Brees mostrou no jogo contra os Panthers que o ataque não depende apenas do jogo corrido como muitos pensavam, mas o ritmo ofensivo da equipe de New Orleans caiu no segundo tempo quando a pressão no QB aumentou. Entretanto, não basta mandar blitz. Brees teve números quase perfeitos contra blitz no jogo passado. Importante destacar a lesão do Guard Andrus Peat, agora fora da temporada, que vinha fazendo uma temporada excelente.

Do outro lado, o mesmo vale para o Saints. Precisam colocar pressão no QB. Embora Cam Jordan esteja em uma temporada sensacional, parece ser a única grande ameaça dessa linha para chegar no QB adversário (perder Okafor no meio da temporada foi um golpe duro). Ainda vale lembrar que a defesa comandada por Dennis Allen é uma das que mais usam blitz na NFL.

As partidas em que Case Keenum se mostrou mais errático foram aquelas em que ele foi mais pressionado (fica de exemplo o jogo contra os Panthers, embora naquela ocasião estivesse com importantes peças de sua linha ofensiva lesionadas).

Bônus: duelos que prometem muito entre 2 dos melhores wide receivers da NFL nessa temporada (Michael Thomas e Adam Thielen) contra 2 dos melhores cornerbacks (Xavier Rhodes e Marshon Lattimore).

 

 

2 – Qual será o futuro de Alex Smith e dos Chiefs?

 

Os Chiefs começaram o campeonato 5-0 e desmoronaram, quase ficando de fora dos playoffs. Os Chiefs lideravam a partida passada contra os Titans por 21-3 no intervalo e novamente desmoronaram, permitindo a virada que os eliminou da pós-temporada.

Após essa catastrófica derrota, a expectativa em Kansas City era por mudanças. A primeira delas foi a saída do Coordenador Ofensivo Matt Nagy, que assumirá o cargo de Head Coach nos Bears. Embora tenha visto muita gente pedindo a saída de Andy Reid, não acho que essa seja a intenção da diretoria.

A grande questão ficou por conta do posto de quarterback titular. No último draft os Chiefs selecionaram na primeira rodada o QB Patrick Mahomes II, bom prospecto conhecido por seu braço forte, exatamente o oposto de Alex Smith, que por toda sua carreira foi criticado pelo conservadorismo em seu jogo, sempre com muitos passes curtos e correndo poucos riscos.

Por coincidência ou não, nessa temporada de 2017, com a “sombra” do QB calouro, Smith se soltou e teve seu melhor ano na NFL. O ataque no início do campeonato era explosivo e contava com passes longos do QB. Embora o time tenha diminuído o ritmo ao longo da temporada, pouca culpa pode ser colocada na conta de Alex Smith.

Após a eliminação e agora de olho em 2018, os Chiefs terão que tomar uma decisão importante. Smith entrará em seu último ano de contrato, valendo para o salary cap 20,6 milhões de dólares. Se cortado, deixaria apenas 3,6 de “dead money”. Para um time que já está apertado no salary cap, a questão financeira pode pesar.

Patrick Mahomes está em seu contrato de calouro e utilizá-lo já no ano que vem seria investir no futuro da franquia. Smith seria uma escolha mais segura (e mais cara), o que deixaria o calouro com mais um ano de aprendizado para entrar com tudo na temporada de 2019.

A diretoria e a comissão técnica colocarão tudo na balança para decidir. Algumas notícias já indicam que os Chiefs estão começando a receber propostas de trocas por Smith. O time poderia se aproveitar da valorização do QB após esse bom ano. Muitos times na NFL que tem um elenco pronto (porém sem QB) pagariam alto para ter um jogador do nível de Smith para comandar seu ataque e já pensar em disputar o título no ano que vem.

 

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O que acham desses confrontos? Destacariam mais alguma coisa? Qual futuro esperam para Alex Smith e os Chiefs?

 

Comentem! Opinem! Discordem! Reclamem! A ideia é realmente bater um papo saudável com o máximo possível de pessoas sobre os temas aqui abordados.

 

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