Avaliação da Temporada 2019

 

Abordaremos o assunto no póximo episódio do PODCAST 10 Jardas no Ar, mas vale iniciar o tema.

Acho que tivemos um campeonato de razoável para bom nível técnico, apesar de tantas equipes inconsitentes. Mais uma vez um fator em comum para quem avançou na competição foi a competência na frente, nas linhas ofensiva e defensiva.

 

 

Elogios

 

1) Kyle Shanahan (HC) e seus 49ers – Conseguiu imbuir um espírito agressivo no ataque e defesa, armando uma das maiores reviravoltas ano pós ano já vista.

2) Lamar Jackson (QB) – Eleito MVP unânime. O incrível salto de qualidade coloca o teto de possibilidades dos Ravens lá no céu.

3) Defesa Patriots – Entendo a frustração no fim do campeonato, mas os números estatísticos iniciais foram quase alienígenas.

4) A bola é minha – Quarterbacks protegeram bem melhor a bola. 11 times tiveram menos que 10 interceptações no campeonato. Como comparação, foram 7 times em 2018 e 2017, enquanto 9 em 2016.

5) Sangue novo – Tivemos uma classe de calouros interessante! Além dos Quarterbacks que tiveram chance de jogar cedo, além do furacão Nick Bosa (PR - 49ers), uma leva de Wide receivers que contribuíram bastante no ataque de seus times

6) Experiência conta – Trabalho impressionante de alguns HEAD COACHES estabilizados, como o enfim campeão Andy Reid (Chiefs), Sean Payton (Saints) sem seu Quarterback e John Harbaugh (Ravens) reinventando seu time.

7) Que tanking? – A competitividade do Miami Dolphins no fim do campeonato foi um alento frente a toda especulação de TANKING da OFFSEASON.

 

 

 

Decepções

 

1) Cleveland Browns - Todo o Hype para enfim terem uma campanha de PLAYOFFs foi logo para a vala.

2) NFC EAST – Parecia que ninguém queria vencer a divisão. Eagles e Cowboys lutaram cabeça a cabeça para ver quem se esgueirava nos PLAYOFFs.

3) Atlanta Falcons – Desde o colapso no SB LII não conseguem emplacar uma campanha condizente com o talento no elenco.

4) Holdouts sem fim – Por situações diversas ficamos sem ver grandes jogadores em campo. Entre outros, nos Bengals AJ Green (WR) apoiou-se na muleta da lesão para se excluir e em Washington, Trent Williams (LT) bancou a decisão de não vestir mais a camisa dos Redskins.

5) Revisão Jogadas – Para amenizar a revolta quanto ao que aconteceu na final da NFC do ano anterior, expandiram o review das jogadas a faltas de interferência. porém, criou-se mais confusão e pouca solução.

6) Dependência dos Quarterbacks - Desta vez, aponto 5 times que perderam a chance de brigar por PLAYOFFs por lesões nos seus QB. Paralelamente, vimos um sem número de jogos não atrativos pelas ausência deles.

  • Ben Roethlisberger (Steelers) - Logo na 2ª rodada se lesionou e viu, apesar da forte defesa, o time ficar sem gás na reta final.
  • Cam Newton (Panthers) - 2º ano seguido que o time vai ladeira abaixo.
  • Matthew Stafford (Lions) - Cansou de entrar em campo machucado.
  • San Darnold (Jets) - A mononucleose custou os Jets a chance de penetrar a festa dos PLAYOFFs.
  • Nick Foles (Jaguars) - Grande contrato da OFFSEASON e contusão ma 1ª rodada... (não podemos reclamar muito pois fomox apresentados à MINSHEWMANIA)


7) Los Angeles Chargers – Além de ir mal em campo, seguiram sem construir uma identidade na cidade em que se mudaram. Para piorar, entraram em litígio de divórcio com a "cara"da franquia Phillip Rivers (QB). Em 2020 jogarão no novo estádio sem qualquer garantia de atrair público (a não ser que um certo QB, cheio de anéis nas mãos, pinte por lá).

 

 

 

Playoffs

 

Tivemos a costumeira rotatividade de times classificados aos PLAYOFFs. 3 na conferência AFC e 3 na NFC.

Os donos das casas nem sempre fizeram valer a vantagem e no SUPER BOWL tivemos o confronto do time nr.2 da AFC enfrentando o nr.1 da NFC.

PASS RUSH agressivo foi fator em comum na maioria dos times que avançaram nos PLAYOFFs. Não deixar o Quarterback adversário respirar dentro do POCKET faz toda a diferença na atual NFL.

Cada final de conferência tinha um favorito claro e os resultados confirmaram as previsões. Titans e Packers ofereceram pouca resistência a Chiefs e 49ers.

No SUPER BOWL, quando acuado contra a parede, o Kansas city Chiefs mais uma vez mostrou seu poder de fogo com 3 DRIVES consecutivos no segundo tempo terminando em TOUCHDOWNs. San Francisco não conseguiu se impor fisicamente como em outras ocasiões.

 

 

Tendências

 

Seguindo o padrão recente, muitos pontos e TOUCHDOWNs. Cada vez mais os times têm optado por seguir em DRIVES perseguindo TDs do que chutar a bola em 4º Downs (FG ou Punt).

Mas como estes pontos estão chegando? Tivemos um BOOM de TDs corridos. 17 times tiveram 15 ou mais assim, contra 14 equipes do ano passado (número total também bem menor). As corridas chamadas INSIDE ZONE foram as grandes protagonistas.

Mobilidade tem sido a chave para vitórias. Quarterbacks que conseguem sair do POCKET e manter o lance vivo (correndo ou passando) e recebedores capazes de grandes avanços após o passe são cada vez mais valiosos.

Fora das linhas do campo, tenho observado 2 mudanças. Ao invés do papel tradicional de coordenador, temos visto um número maior de times dividir a função (mais ofensivo que defensivo) entre passes e corridas. É uma dinâmica diferente, com o HEAD COACH concentrando as decisões finais.

Outra "novidade", são os jogadores de alto calibre aprendendo seu rela valor em negociações e conseguindo direcionar o rumo de suas carreiras, para equipes em cidades / sistemas / capital que mais lhes convêm. As torcidas dos times abandonados, compreensivelmente, sofrem, mas não vejo isso de forma negativa.

 

 

 

O que esperar em 2020

 

OFFSEASON passada foi a correria em cima de possíveis "gênios" ofensivos para comandar os times. Visto que o buraco não é tão fundo assim, espero melhor equilíbrio nos planejamentos estratégicos.

Padrões de sucesso sempre vão ser alvos para cópias. Será que o estilo de jogar dos Ravens é reproduzível? Ainda é cedo para se determinar que o sistema dos Cardinals funcionam na NFL? Minhas respostas são não e sim.

Por falar em cópia, e o o modelo do time campeão? Lamento dar a notícia, mas a engenharia genética ainda não está avançada o suficiente para clonar Pat Mahomes (QB - Chiefs). Todavia, qualquer esforço para adicionar elementos de velocidade no ataque é válido.

A função de Tight end mudou bastante na última década. O alvo de desejo dos treinadores ofensivos eram os jogadores capazes de esticar o campo em rotas verticais. A arte de bloquear foi quase perdida. Entra em cena George Kittle (49ers), competente nas rotas, mas excepcional bloqueando. Um leque de possibilidades se abriu. Voltaremos a ver TEs completos em campo?

Assim como no ano seguinte ao SUPER BOWL conquistado pelos Broncos, devido ao sucesso de San Francisco, PASS RUSH deverá ser uma obsessão na OFFSEASON.

 

 

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